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Tese de paraense é a melhor da ANPPAS-2015

Publicado: Sexta, 22 Mai 2015 19:15 | Acessos: 3011

Tese de doutorado Luis Otávio do Canto LopesA tese de doutorado Conflito Sócioambiental e (re)Organização Territorial: Mineradora Alcoa e Comunidades Ribeirinhas do Projeto Agroextrativista Juruti Velho, no município de Juruti (PA), defendida pelo paraense Luis Otávio do Canto Lopes em outubro de 2012 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi a vencedora em votação durante o 7º Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente (ANPPAS), promovido recentemente.

A íntegra da tese, que foi orientada pelo professor e doutor Jalcione Almeida, pode ser acessada aqui.

"Recebo este prêmio com muita alegria e estímulo, na árdua tarefa de contribuir para o avanço da Ciência na Amazônia. Acredito que este trabalho possa colaborar para a sociedade repensar as formas de exploração mineral e conflitos entre mineradoras e comunidades ribeirinhas ou não ribeirinhas nas diferentes amazônias do Brasil", diz Otávio Canto, que é professor da Escola de Aplicação e do Núcleo de Meio Ambiente da UFPA.

De acordo com o pesquisador, "a implantação de grandes projetos nas amazônias apresenta dinâmicas territoriais marcadas por conflitos socioambientais e prejuízos às comunidades locais". Ele acrescenta que, no município de Juruti-Pará, "a exploração de bauxita, pela mineradora ALCOA, não foge à regra histórica da territorialização dos grandes empreendimentos em detrimento dos territórios-abrigos das comunidades, ainda que se tenha detectado um grande esforço da mineradora para minimizar os efeitos do conflito socioambiental por ela gerado".

A tese vencedora de Otávio Canto revela ainda que "a maioria dos entrevistados declarou insatisfação em relação à atuação da mineradora no município". Sustenta que "essa condição pode ser um indicador importante para abrir um novo canal de diálogo, no qual se possa repensar e requalificar o padrão de exploração mineral hoje em atuação no município, caso seja o desejo das partes envolvidas no conflito".

O trabalho também aponta "que a maioria das pessoas envolvidas na pesquisa não se manifesta contrária à implantação do projeto de extração de bauxita, pois acredita ser importante para a economia regional". Mas, de acordo com Otávio Canto, "questiona a forma de atuação da mineradora, que não criou oportunidades econômicas para todos, como foi prometido por ela no momento de sua implantação".

Luis Otávio do Canto Lopes

Texto de João Elysio Guerreiro

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