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Programa Pobreza e Meio Ambiente na Amazônia (POEMA)

Publicado: Domingo, 29 Outubro 2017 00:00 | Acessos: 10944
Entrada do espaço do POEMA
Foto: Antonio Athayde

No que tange a pesquisa-ação, o NUMA possui desde sua instituição o Programa “Pobreza e Meio Ambiente – POEMA”. Conforme art. 1, da Resolução n° 2.196, de 1 de setembro de 1994, do Conselho Superior de Pesquisa (CONSEP), o POEMA tem como objetivo: Art. 1° (...) incentivar formas produtivas e inovadoras de cooperação entre as populações pobres e suas organizações, as universidades e as instâncias estatais em benefício de um desenvolvimento sustentável que considere as especificidades sociais e ecológica dos municípios na Amazônia [...].

O Programa POEMA, desde a sua criação, tem buscado promover a interdisciplinaridade de diversas áreas do conhecimento, visando ao aprofundamento do conhecimento dos recursos naturais da Amazônia e de sistemas agroflorestais sustentáveis que, na ponta, possam contribuir para a preservação da floresta e a melhoria da qualidade de vida das populações amazônicas. Os programas de pesquisa, desde então, propugnam a busca métodos e técnicas inovadores, que corroborem para a identificação e valorização das vocações produtivas, econômicas e ecológicas da Amazônia. Este objetivo, por sua vez, está alicerçado no princípio da geração de conhecimentos e transferência de tecnologias para as populações rurais, gerando efeito-demonstração - para as próprias populações, para a sociedade e para o Estado - das vantagens da preservação dos ecossistemas amazônicos.

O POEMA tem organizado grupos de pesquisadores, buscando respostas e soluções que possam ser postas em prática, seja como política pública seja como investimento produtivo. Ancorado no princípio econômico-ecológico de substituição de insumos sintéticos por matérias-primas de origens renováveis, recicláveis e biodegradáveis, investiu inicialmente na pesquisa sobre óleos vegetais e óleos essenciais a partir de espécies oleaginosas amazônicas silvestres e da flora aromática, respectivamente (identificação e classificação das fontes vegetais; química de óleos e identificação de sua estrutura média); sobre as espécies vegetais e outras matérias-primas culturalmente classificadas como plantas corantes (identificação e classificação; tecnologias de obtenção); sobre utilização industrial de fibras vegetais e sobre elaboração de produtos de polpas de frutas amazônicas. Recentemente tem se focado em estudos sobre pagamento por serviços ambientais, desenvolvimento de fitoterápicos e aproveitamento da água da chuva para fins potáveis em comunidades rurais.

As iniciativas do programa, na área de aproveitamento de recursos naturais, foi objeto de alguns prêmios nacionais e internacionais, dentre os quais se destacam: FINEP - Inovação Tecnológica - região Norte - categoria: Processo, em 2000; Fundação Banco do Brasil - Tecnologia Social: fibra de coco aglomerada com látex natural, em 2001; Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP/Equator Initiative Technical Advisory Committee) - Certificate of Excellence towards the conservation of biodiversity and reduction of poverty in the Equatorial Belt, em 2002; International Chamber of Commerce/United Nations Environment Programme (ICC/UNEP) - World Summit Business Award for Sustainable Development Partnerships, em 2002.

Experiências similares vêm sendo implantadas, com a cooperação técnica do Programa POEMA, em outros países da Região Amazônica, notadamente Bolívia e Equador. Neste último, o intercâmbio de técnicos e pesquisadores, facultado pela ABC, Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, tem permitido o estudo comparativo da implantação de Sistemas Agroflorestais e do uso diversificado de espécies com ocorrência apenas na Alta Amazônia, como é o caso da Amazônia Equatoriana. Tanto em Bolívia quanto em Equador, as experiências e estudos na Linha de Agroindustrialização e Desenvolvimento Local começam a gerar resultados importantes para o desenvolvimento de novos produtos a partir do aproveitamento de frutos (cupuaçu, em Bolívia; goiaba e araçá no Equador) e iniciam-se os estudos para o aproveitamento sustentável da paja toquilla (Carlodovica palmata), cuja maior ocorrência também se verifica no Equador.

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