Livro Gratuito: "Grandes Projetos na Amazônia: a ecologia política de danos e conflitos socioambientais"
O Grupo de Pesquisa Grandes Projetos na Amazônia (GPA) compartilha, com a comunidade científica e grupos sociais oprimidos pela desigualdade ambiental, o livro "Grandes Projetos na Amazônia: a ecologia política de danos e conflitos socioambientais". A obra nasceu de uma disciplina ofertada pelo Prof. André Farias, no PPGEDAM/NUMA, tendo recebido contribuições de discentes, membros do GPA e pesquisadores convidados. O fio contudor é a crítica da Ecologia Política sobre as transformações produzidas pelos Grandes Projetos em forma de danos, riscos e conflitos socioambientais.
Esta obra é o resultado de um esforço coletivo para compreender os Grandes Projetos na Amazônia - GPA - em sua historicidade, desmistificando a aparência de modernidade da mineração, monoculturas e mega infraestruturas, além de expor a essência destes como instrumentos de produção e reprodução capitalista. A ecologia política como crítica das relações assimétricas de poder distribuição desigual dos danos e riscos serve como filtro teórico aos capítulos que compõem a obra, evidenciando relações ocultas nas formas de manifestação em novos “moinhos satânicos”, tanto em relação às transformações no mundo trabalho, quanto nos processos ecológicos. A perspectiva histórica, aqui utilizada, demonstra que a operação dos GPA promoveu o aumento da violência, dos conflitos socioambientais e distribuição desigual dos riscos ambientais. Nos anos recentes, formas irracionais e violentas se somaram à exploração “civilizada”, aumentado velhos conflitos, despertando contradições latentes e desencadeando novos dissensos em desfavor dos mais pobres, mulheres, negros e indígenas. O leitor verá que as transformações dialéticas estão expressas no território amazônico, ora com ênfase no rural, ora no urbano e potencializam a imbricação sociedade-natureza. Nesse processo, ocorrem perdas e ganhos. Porém, numa era de pandemia, guerras e novas tecnologias, a desigualdade ambiental se amplia, já que a elite global e as oligarquias regionais se beneficiam dos ganhos, enquanto a maioria dos danos e riscos recaem sobre os despossuídos. Entretanto, a esperança percorre todo o livro, pois há um movimento de resistência conformando um novo campo revolucionário, aliando classes subalternas, grupos étnico-raciais e diversidade de gênero numa agenda ambiental. Este campo está em permanente conflito com o Estado autoritário e conservador em sua estrutura e alianças estratégicas com o capital. Esperamos que a leitura atenta e crítica ajude a lançar luzes sobre questões como: os grandes projetos são necessários ou deveríamos criar políticas para pequenos projetos sustentáveis? Até quando as lutas por justiça ambiental serão capazes de frear o metabolismo insaciável do modelo econômico hegemônico? Moradores e moradas das periferias das cidades, indígenas, quilombolas, mulheres, negros e negras, ribeirinhos e extrativistas serão capazes de compor uma densa aliança para a construção de um modelo econômico e político alternativo? O novo estado nacional e a conjuntura internacional podem favorecer uma alternativa aos dilemas históricos e prementes? Boa leitura!
Para conhecer mais sobre o Grupo de pesquisa, acesse: https://www.instagram.com/gpa_ufpa/
Texto: GPA
Mídias Sociais